segunda-feira, 28 de junho de 2010

Aos destraídos...

Quero deixar aqui uma homenagem a todo aquele que, de tanto pensar e processar questões maiores sobre suas existências, acabam dando pouca atenção àquilo que os cerca.
Eu sou um deles.
Para você, caro hippercronico, ter uma vaga noção do meu nível de desatenção (e sorte diga-se de passagem), saiba que eu já fui atropelado seis vezes!
Mas a culpa não é nossa, companheiros distraídos! Como podem nos culpar se, no meio de uma estrada movimentada, de repente, nos vem a cabeça um novo ângulo a respeito dos sentidos do universo!
Não tem como se precaver contra essas coisas!
Saibam que o termo "viajando" é apenas uma adaptação moderna à magnífica arte da filosofia. Ou você acha que Aristóteles se mantinha ferreamente concentrado no trânsito de carroças enquanto pensava a respeito da Verdadeira Virtude?!
O fato de nos distrairmos por qualquer coisa que esteja a nossa volta é simplesmente consequencia de nossa capacidade sobrenatural de ver o sentido mais profundo na droga do passarinho voando sobre nossas cabeças segundos antes do quinto atropelamento!
Mas não se acanhem por causa das críticas dos mortais, caros (e hippercrônicos) distraídos. Pois, no futuro, serão nossos os bustos de mármore nas estantes das faculdade. Pois cabe a nós a divina tarefa de ver, quase inconscientemente, o que os pobres mortais não vêem enquanto prestam atenção no Fiat Uno vindo em nossa direção...

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